Os marketplaces e ecommerces exigem que os usuários verifiquem sua identidade por vários motivos, o que inclui evitar fraudes e cumprir as leis criadas para coibir lavagem de dinheiro. Os processos de verificação de identidade variam em complexidade, mas geralmente incluem verificação de e-mail e telefone, identificação através de selfie e documentos, verificação de endereço e verificação biométrica.
Embora estes métodos sejam úteis para confirmar a identidade do usuário, podem ser vulneráveis à manipulação ou violações de segurança. Neste tópico, exploraremos os métodos atuais de verificação de identidade usados pelas plataformas e como, às vezes, falham em fornecer uma confirmação confiável da identidade do usuário.
Verificação de e-mail e telefone
A verificação de e-mail e telefone são dois dos métodos mais básicos e comumente utilizados para verificar novas contas. Na verificação de e-mail, o usuário irá inserir seu endereço de e-mail ao se registrar em uma conta, o sistema então envia para esse endereço de e-mail uma mensagem automática com um código de validação que pode ser usado para ativar a conta. A verificação por telefone funciona de forma semelhante: o usuário é solicitado a fornecer um número de telefone, para o qual é enviada uma mensagem automática com um código de validação, geralmente por SMS ou, atualmente também por aplicativos de mensagens.
Uma vez inserido o código, a conta do usuário é verificada e ele pode começar a usar a plataforma. A verificação por e-mail e telefone é relativamente fácil de implementar e fornece algum nível de garantia de que alguém é quem diz ser.
No entanto, nenhum desses métodos é infalível, pois é possível que fraudadores criem endereços de e-mail e números de telefone falsos ou ainda que estejam de posse de dados de terceiros e utilizem-na para criar contas e obter vantagens estando atrás de outra identidade.
Comparação de identificação com foto e selfie
A verificação de identificação com foto e a comparação de selfies são dois métodos mais avançados usados para verificar contas de usuários em marketplaces e ecommerces. Com a verificação de identidade com foto, os usuários são solicitados a enviar uma foto de seu documento de identidade emitido pelo governo (como carteira de motorista, RG ou passaporte). A plataforma então verifica as informações em um banco de dados, como no caso dos bureaus de crédito, para confirmar se a conta está associada a uma pessoa real.
A comparação de selfies funciona de forma semelhante, mas em vez de verificar a identidade em um banco de dados, a plataforma compara a foto do documento com uma tirada pela câmera ou smartphone do usuário.
Para fins de verificação, carregar uma foto oficial ou tirar uma selfie são etapas que acrescentam alto nível de fricção ao processo. Além disso, com o avanço da inteligência artificial e dos deepfakes, o reconhecimento facial e mesmo a prova de vida (piscar, sorrir, entre outras ações), comumente utilizados neste tipo de verificação, se tornarão mais vulneráveis a ataques de falsificação.
Verificação de endereço
A verificação de endereço também pode ser usada para verificar contas de usuários em marketplaces e ecommerces. Para fazer isso, a plataforma exige que os usuários insiram seu endereço ao se registrarem para uma conta. O sistema então verifica esse endereço em bancos de dados para garantir que ele exista e esteja associado a um usuário legítimo. Isto ajuda a prevenir atividades fraudulentas, pois torna mais difícil para alguém criar uma conta falsa usando informações falsas.
No entanto, a verificação de endereço utilizando bases de dados estáticas tem muitas deficiências, principalmente lacunas associadas à atualização dos dados - quão corretos e atualizados estão e se cobrem todos os territórios em que essas plataformas operam, nacional e internacionalmente. Por exemplo, os Estados Unidos têm uma base de dados central de endereços através de organizações como o Serviço Postal dos Estados Unidos ou o Departamento de Veículos Motorizados, mas estas organizações não são padrão em todos os países, o que representa um problema imediato para as empresas globais que necessitam realizar o processo de verificação de endereço dos seus usuários. Se não houver um banco de dados público em que se possa confiar, as empresas terão que gastar muito para pagar por assinaturas privadas.
Além disso, nem todos os indivíduos estão cobertos por estes tipos de bases de dados. Por exemplo, menores que moram com os pais e ainda não têm idade suficiente para dirigir podem não ter um registro oficial com o qual o sistema de verificação de endereço possa comparar suas informações, o que pode resultar em um falso positivo.
Por último, se as informações do banco de dados estiverem desatualizadas (por exemplo, se alguém se mudou recentemente), isso pode resultar em falsos positivos ou na aprovação de usuários ilegítimos por se basearem em informações antigas.
Verificação biométrica
A verificação biométrica está se tornando cada vez mais popular como método de verificação de identidade em marketplaces e ecommerces. Envolve o uso de dados biométricos, como impressão digital ou digitalização facial, para verificar a identidade de alguém que se registra em uma conta. Semelhante à verificação de endereço, os dados biométricos são comparados com bancos de dados, muitas vezes oficiais, a depender do país, para verificar se o usuário é quem afirma ser.
Dependendo do tipo de verificação biométrica, no entanto, este método pode ser vulnerável a ataques de “spoofing” ou falsificação, nos quais um invasor envia dados biométricos falsos ou manipulados para enganar o sistema e fazê-lo conceder-lhes acesso. Por exemplo, no caso do reconhecimento facial, alguém pode usar um vídeo com tecnologia de deepfake, gerado por computador, para simular o rosto, voz ou ambos da vítima, de modo a enganar o sistema de autenticação e receber a aprovação no processo de autenticação.